Tópico 1 – Entrevista Narrativa

2) Se formos pensar nos estudos linguísticos, há muitas vantagens além dessas! Há, no ALiB (Atlas Linguístico Brasileiro), um momento em que o informante narra algum acontecimento de sua vida. Essa narrativa é usada como objeto de pesquisa a partir de vários pontos de vista: sintáticos, semânticos, pragmáticos, prosódicos, discursivos...

Penso que a questão das vantagens e limitações acaba percorrendo a pesquisa qualitativa de maneira geral. A dificuldade (em alguns momentos impossibilidade) de comprovar, verificar, matematizar, colocar em tabelas, não deixar dúvidas, considerar subjetividades e realidades sociais, mundos e visões diferentes, intenções e expectativas diversas, enfim...toda essa complexidade de situações envolve a pesquisa qualitativa, envolve as entrevistas narrativas quando método, quando material a ser analisado. E imagino que cada pesquisa vá encontrar os seus percalços e insucessos, as suas especificidades, quando construída nesse contexto.

Muito bem, meninos, vamos à discussão do próximo capítulo?

Raquel e Chris, acho que é justamente essa a diferenciação que os autores querem dar sobre entrevista pergunta-resposta e uma entrevista narrativa. Nessa segunda, é preciso dar a liberdade para o entrevistado, sem interrupções, sem completar as frases... assim a narrativa pode acontecer de forma mais profunda e verdadeira.

Sobre as expectativas incontroláveis, há saídas! O experimentador pode pensar em algumas maneiras do coletar uma narrativa espontânea... Vai depender do criatividade na hora do método.

Jana Pazza escreveu:Raquel e Chris, acho que é justamente essa a diferenciação que os autores querem dar sobre entrevista pergunta-resposta e uma entrevista narrativa. Nessa segunda, é preciso dar a liberdade para o entrevistado, sem interrupções, sem completar as frases... assim a narrativa pode acontecer de forma mais profunda e verdadeira.

Verdade, Jana! É como nesses documentários, por exemplo sobre a Shoah. E parece que o silêncio do entrevistador (assim como em psicoterapias) acaba fazendo a pessoa falar mais, buscar mais profundamente na memória....