Tópico 5: Análise da conversação e da fala
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Naaman Mendes Lataliza
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Tópico 5: Análise da conversação e da fala
1- No texto, o autor estipula vários usos para a análise da conversação, entre os quais destaco “conduzir a tmeas sociais que interessam especificamente aos pesquisadores da ciência social” (p. 273). Na sequência, diz que uma de suas funções é ser empregada para explorar tipos de categorias pressupostas pelos participantes, [...] mostrar como os participantes juntam e contrastam atividades e atores”. Nessa perspectiva, qual a sua avaliação do uso da análise da conversação e da fala? Você consegue pensar em exemplos de aplicabilidade desse método (diferentes dos exemplos do texto)?
2- É possível dizer que a transcrição é imprescindível para a análise da conversação. Entretanto o que foi descrito sobre ela (como deve ser feita, qual sua profundidade, quão detalhada deve ser) fica bastante superficial no texto. (Aparecem algumas dicas, alguns comentários, mas não se dá uma “receita de bolo”). Para vocês, essa superficialidade é proposital? Por quê?
2- É possível dizer que a transcrição é imprescindível para a análise da conversação. Entretanto o que foi descrito sobre ela (como deve ser feita, qual sua profundidade, quão detalhada deve ser) fica bastante superficial no texto. (Aparecem algumas dicas, alguns comentários, mas não se dá uma “receita de bolo”). Para vocês, essa superficialidade é proposital? Por quê?
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
2 -
Acredito que essa superficialidade é sim proposital, porque existem muitas maneiras de transcrever um texto e essas maneiras vão sempre depender dos objetivos da pesquisa. Quando você trabalha com uma fala espontânea, você vai ter de lidar com uma gradiência na produção e uma falta de divisões claras devido às quebras naturais que ocorrem na conversação: hesitações, repetições, etc. Ai vai depender se isso vai ser interessante pra pesquisa ou não. Por isso acho que foi proposital. Se o texto fosse se ater aos vários métodos de transcrição, seria imenso...
Acredito que essa superficialidade é sim proposital, porque existem muitas maneiras de transcrever um texto e essas maneiras vão sempre depender dos objetivos da pesquisa. Quando você trabalha com uma fala espontânea, você vai ter de lidar com uma gradiência na produção e uma falta de divisões claras devido às quebras naturais que ocorrem na conversação: hesitações, repetições, etc. Ai vai depender se isso vai ser interessante pra pesquisa ou não. Por isso acho que foi proposital. Se o texto fosse se ater aos vários métodos de transcrição, seria imenso...
Naaman Mendes Lataliza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
A transcrição de fala me lembra meus tempos de Fonoaudióloga... Tínhamos que transcrever tudo, absolutamente tudo, e em fonemas.... Mas nosso foco era, essencialmente, a fala e a produção da mesma. Em outros estudos é necessário maior profundidade, se o foco for, inclusive, o "não dito".... Pausas, repetições, podem dizer muito sobre como o sujeito se sente sobre determinado assunto...
raquelandrade- Mensagens : 65
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Penso como o Naaman sobre as diversas possibilidades de transcrição.
É necessário analisar as necessidades de cada pesquisa, não sei se haveria uma receita de bolo.
muitas vezes a transcrição é algo que realmente toma muito tempo, então estratégias diferentes são escolhidas, dependendo do objetivo da pesquisa.
Algumas vezes apenas uma parte dos dados colhidos são transcritos, pode-se considerar mais ou menos alguns detalhes como maneirismos, e caracteristicas que são percebidas quando se ouve o audio, mas não necessariamete aparecem nas palavras ditas. Para uma pesquisa, talvez seja importante pontuar o momento quando a pessoa ficou nervosa ou aumentou o tom da voz, para outras, talvez isso seja uma informação irrelevante.
É necessário analisar as necessidades de cada pesquisa, não sei se haveria uma receita de bolo.
muitas vezes a transcrição é algo que realmente toma muito tempo, então estratégias diferentes são escolhidas, dependendo do objetivo da pesquisa.
Algumas vezes apenas uma parte dos dados colhidos são transcritos, pode-se considerar mais ou menos alguns detalhes como maneirismos, e caracteristicas que são percebidas quando se ouve o audio, mas não necessariamete aparecem nas palavras ditas. Para uma pesquisa, talvez seja importante pontuar o momento quando a pessoa ficou nervosa ou aumentou o tom da voz, para outras, talvez isso seja uma informação irrelevante.
Christianne Miranda- Mensagens : 23
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Um aspecto interessante no texto (e, neste ponto, acho que não foi superficial), foi a respeito do que é perceptível para quem está na sala (por exemplo, o grupo focal), mas não será para aquele que transcreve. Há elementos que são vistos e percebidos por quem fala, mas isso não aparecerá claramente no que dizem, podendo dificultar o trabalho daquele que vai transcrever o texto. Talvez fosse interessante haver fotos dos grupos focais, da sala, e uma espécie de diário sobre o que aconteceu, para facilitar o trabalho de quem faz a transcrição...
raquelandrade- Mensagens : 65
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Naaman Mendes Lataliza escreveu:2 -
Acredito que essa superficialidade é sim proposital, porque existem muitas maneiras de transcrever um texto e essas maneiras vão sempre depender dos objetivos da pesquisa. Quando você trabalha com uma fala espontânea, você vai ter de lidar com uma gradiência na produção e uma falta de divisões claras devido às quebras naturais que ocorrem na conversação: hesitações, repetições, etc. Ai vai depender se isso vai ser interessante pra pesquisa ou não. Por isso acho que foi proposital. Se o texto fosse se ater aos vários métodos de transcrição, seria imenso...
sim, Naaman, seria imenso, assim como consta no livro Análise da conversação, de Marchuschi
celinagontijo- Mensagens : 13
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Já fiz muitas transcrições para terceiros, com a finalidade de uso para pesquisa. Alguns pedidos vinham bem específicos. O tipo de transcrição realmente depende do objetivo da pesquisa. Já os áudios que vinham para mim apenas com a finalidade de registro, como reuniões, sempre eram pedidos de transcrição simples, podendo até ajeitar algumas falas para ficar mais fácil de compreender.
Jana Pazza- Mensagens : 40
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Christianne Miranda escreveu:Penso como o Naaman sobre as diversas possibilidades de transcrição.
É necessário analisar as necessidades de cada pesquisa, não sei se haveria uma receita de bolo.
muitas vezes a transcrição é algo que realmente toma muito tempo, então estratégias diferentes são escolhidas, dependendo do objetivo da pesquisa.
Algumas vezes apenas uma parte dos dados colhidos são transcritos, pode-se considerar mais ou menos alguns detalhes como maneirismos, e caracteristicas que são percebidas quando se ouve o audio, mas não necessariamete aparecem nas palavras ditas. Para uma pesquisa, talvez seja importante pontuar o momento quando a pessoa ficou nervosa ou aumentou o tom da voz, para outras, talvez isso seja uma informação irrelevante.
Fiz uma vez uma transcrição. Como a Chris diz: toma muito tempo. E como toma! É preciso que se tenham mais possibilidades de transcrição voltadas para o objeto de pesquisa proposto.
alvesricardoj- Mensagens : 17
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
2- Em alguns momentos do texto o próprio autor afirma que "receita de bolo", de modo geral, não é uma boa maneira de trabalhar a análise da conversação, em várias dimensões - inclusive na interpretação dos dados. No caso da transcrição, me parece que os critérios foram até suficientes, pois preveem inclusive questões "implícitas" (não sei se é correto dizer isso), como ritmo, respirações audíveis etc. Acho que o fato de não haver a receita de bolo é justamente pelo fato de existir a possibilidade de que o pesquisador tenha que adaptar a transcrição da fala aos "movimentos do locutor"... De qualquer forma, sendo a transcrição um processo demorado e desgastante, acho que pelo menos um "dedim de liberdade", desde que pertinente, é possível delegar a quem faz esse "serviço braçal", né?
Daiman Oliveira- Mensagens : 26
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Sim, acredito que essa superficialidade seja proposital, não há como elaborar uma "receita de bolo" para a transcrição de uma conversação. Pois, sua forma é muito discutida; algumas opiniões que consideram tratar a “transcrição como teoria”; que defendem uma transcrição detalhada utilizada na análise de conversação; que defendem uma lista de símbolos-padrão para análise de conversação são citadas por Myers (ver p. 275). E, conforme (MARCUSCHI, 1991), não existe uma transcrição melhor ou pior, isso vai depender da necessidade do pesquisador. Por isso, me parece que não existe uma transcrição única e objetiva.
vivianevas- Mensagens : 17
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Como a própria Celina diz na apresentação, o processo de análise da conversação é algo que deve ser cuidadosamente planejado e acredito que já nesse processo a questão da transcrição deve ser delimitada (o que vai ser importante capturar?), mesmo que as conversações propriamente ditas acabem por forçar o pesquisador a mudar os rumos (pensemos nas expectativas incontroláveis). Talvez a superficialidade tenha mesmo ido ao encontro da ideia que Naaman trouxe sobre a especificidade de cada pesquisa. Pensei em algo de ordem prática também...20 horas para transcrever detalhadamente 1 única hora de conversação...
Camila Dias- Mensagens : 29
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Daiman Oliveira escreveu:2- Em alguns momentos do texto o próprio autor afirma que "receita de bolo", de modo geral, não é uma boa maneira de trabalhar a análise da conversação, em várias dimensões - inclusive na interpretação dos dados. No caso da transcrição, me parece que os critérios foram até suficientes, pois preveem inclusive questões "implícitas" (não sei se é correto dizer isso), como ritmo, respirações audíveis etc. Acho que o fato de não haver a receita de bolo é justamente pelo fato de existir a possibilidade de que o pesquisador tenha que adaptar a transcrição da fala aos "movimentos do locutor"... De qualquer forma, sendo a transcrição um processo demorado e desgastante, acho que pelo menos um "dedim de liberdade", desde que pertinente, é possível delegar a quem faz esse "serviço braçal", né?
é por isso que alguns preferem pagar pra fazer hehehehe. Quando há exigência da transcrição ipsis litteris para o objetivo do trabalho, com o tempo e disposição que são necessários pra isso, o trabalho fica desgastante mesmo.
Jana Pazza- Mensagens : 40
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
raquelandrade escreveu:Um aspecto interessante no texto (e, neste ponto, acho que não foi superficial), foi a respeito do que é perceptível para quem está na sala (por exemplo, o grupo focal), mas não será para aquele que transcreve. Há elementos que são vistos e percebidos por quem fala, mas isso não aparecerá claramente no que dizem, podendo dificultar o trabalho daquele que vai transcrever o texto. Talvez fosse interessante haver fotos dos grupos focais, da sala, e uma espécie de diário sobre o que aconteceu, para facilitar o trabalho de quem faz a transcrição...
Por essas e outras que no capítulo da Entrevista Narrativa recomenda-se que o entrevistador faça pelo menos parte das transcrições.
renanandrade- Mensagens : 24
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
renanandrade escreveu:raquelandrade escreveu:Um aspecto interessante no texto (e, neste ponto, acho que não foi superficial), foi a respeito do que é perceptível para quem está na sala (por exemplo, o grupo focal), mas não será para aquele que transcreve. Há elementos que são vistos e percebidos por quem fala, mas isso não aparecerá claramente no que dizem, podendo dificultar o trabalho daquele que vai transcrever o texto. Talvez fosse interessante haver fotos dos grupos focais, da sala, e uma espécie de diário sobre o que aconteceu, para facilitar o trabalho de quem faz a transcrição...
Por essas e outras que no capítulo da Entrevista Narrativa recomenda-se que o entrevistador faça pelo menos parte das transcrições.
Mas nesse caso, não seria melhor então fazer a gravação de vídeo, ao invés de capturar somente o áudio?
Jana Pazza- Mensagens : 40
Data de inscrição : 21/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
vivianevas escreveu:Sim, acredito que essa superficialidade seja proposital, não há como elaborar uma "receita de bolo" para a transcrição de uma conversação. Pois, sua forma é muito discutida; algumas opiniões que consideram tratar a “transcrição como teoria”; que defendem uma transcrição detalhada utilizada na análise de conversação; que defendem uma lista de símbolos-padrão para análise de conversação são citadas por Myers (ver p. 275). E, conforme (MARCUSCHI, 1991), não existe uma transcrição melhor ou pior, isso vai depender da necessidade do pesquisador. Por isso, me parece que não existe uma transcrição única e objetiva.
Não que seja proposital, na verdade, ela é necessária, pois não há uma forma exata ao se fazer transcrição em AC.
vivianevas- Mensagens : 17
Data de inscrição : 22/11/2016
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
ok, gente, vou postar o último tópico agora. Depois dele não saiam correndo, vou fazer o fechamento do seminário e da disciplina, e falar sobre as avaliações que já fiz.
Re: Tópico 5: Análise da conversação e da fala
Jana Pazza escreveu:renanandrade escreveu:raquelandrade escreveu:Um aspecto interessante no texto (e, neste ponto, acho que não foi superficial), foi a respeito do que é perceptível para quem está na sala (por exemplo, o grupo focal), mas não será para aquele que transcreve. Há elementos que são vistos e percebidos por quem fala, mas isso não aparecerá claramente no que dizem, podendo dificultar o trabalho daquele que vai transcrever o texto. Talvez fosse interessante haver fotos dos grupos focais, da sala, e uma espécie de diário sobre o que aconteceu, para facilitar o trabalho de quem faz a transcrição...
Por essas e outras que no capítulo da Entrevista Narrativa recomenda-se que o entrevistador faça pelo menos parte das transcrições.
Mas nesse caso, não seria melhor então fazer a gravação de vídeo, ao invés de capturar somente o áudio?
Acho que sim, mas podem haver limitações de outras ordens, como equipamento disponível ou capacidade de armazenamento. Aí tem que ser áudio mesmo.
renanandrade- Mensagens : 24
Data de inscrição : 22/11/2016
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